terça-feira, 24 de julho de 2018

Figueira da Foz ao som da batuta do Maestro Bastinhas.

                                                                                                                                           Foto D.R.
 No passado sábado a temporada 2018 viveu um dos seus momentos grandes no Coliseu Figueirense. O anunciado regresso ás arenas do cavaleiro Joaquim Bastinhas, tão badalado nas ultimas semanas, não podia ter resultado melhor artisticamente, não defraudando expectativas, muito pelo contrário - fez plena justiça á arte do bom toureio a cavalo. O regresso de Bastinhas, dois anos e meio após o gravíssimo acidente sofrido na sua herdade, provou que para a força de vontade humana, quase não existe a palavra impossível. O Maestro de Elvas regressou e em grande forma - sem abdicar do seu toureio, com emoção e alegria, demonstrou porque é diferente, numa lide em que o saber e a arte, foram conjugados no presente e futuro. E como que para reafirmar tudo isso a forma e o gesto com que terminou a sua actuação, sem inibições disse: estou aqui! Joaquim Bastinhas venceu e convenceu! Publico vindo de perto e de longe, colegas, amigos, todos quiseram partilhar a noite com Bastinhas. Em boa hora o fizeram, não só pelo toureiro elvense, mas face ao balanço artístico geral, muito positivo, raro, tendo para isso contribuído o bom jogo, proporcionado pelos toiros do ganadeiro do Mondego Higino Soveral. Para os veteranos do cartel - Moura, Bastinhas e Salvador não tiveram segredos. Dificilmente os teriam, ou não fossem eles figuras do toureio, forjados na competição entre si, ao longo praticamente das ultimas quatro décadas. Mas os mais jovens estavam lá e sacaram com toda a sua arte e toureio, argumentos como que dizendo: estamos aqui! Assim o fez Marcos Bastinhas, com aquela frontalidade e verdade do seu toureio, fazendo uma justa homenagem ao apelido que ostenta. Marcelo Mendes limitado em numero de actuações, também ele se agigantou, assim como o mais jovem cavaleiro de alternativa, David Gomes, soube dar a volta a uma actuação inicialmente menos conseguida, fechando o espectáculo em tom maior, reencontrando-se com o seu toureio e os aplausos do publico. Foi sem duvida uma corrida de toiros á portuguesa, que fez aficionados e deixou no publico a vontade de presenciar novo espectáculo. Também no capitulo das pegas viveu-se uma grande noite. Os toiros bem apresentados e com idade, mostraram momentos de muita valentia dos homens das jaquetas de ramagens. Por Tomar pegaram Paulo e Helder ParKer este a dobrar Francisco Coelho. Pela Chamusca foram á cara dos toiros Pedro Moreira e Hélder Delgado. Finalmente pelo Grupo de Monforte pegaram Nuno Vítor e Vítor Carreiras. Dirigiu com acerto Francisco Calado, que teve o detalhe de mandar tocar a banda ao longo de toda a actuação de Joaquim Bastinhas. Todos os intervenientes brindaram as suas actuações a Bastinhas. Bastinhas que  uma vez mais voltou a iluminar a noite da Figueira da Foz e a tauromaquia em geral, desta feita com o seu "ressurgimento".

                                                                                                             Luís Sousa

                                                                                                             Foto D.R.

                                                                                         Foto D.R.