O compositor António Maria Catalão Labreca, autor de alguns dos mais
sonantes pasodobles, compôs uma peça que vai perpetuar a memória de um dos
homens que fica na História do Ribatejo- Sérgio Nunes Perilhão. O músico,
natural de Alcochete, era amigo e admirador de Sérgio Perilhão. “Não podia ficar
indiferente a um pedido destes. Fiz esta obra com muito gosto e espero que o
público aprecie”, revela o compositor. O pasodoble com o nome
do homenageado será apresentado no Encontro de Bandas Taurinas no dia 1 de Maio,
no Centro Cultural de Samora Correia. A interpretação está confiada à Banda da
Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS) dirigida pelo Maestro Nuno Carvalho
que vai ter um mano-a-mano com a Banda da Sociedade de Instrução Coruchense, de
Coruche. O regente da banda da SFUS é músico profissional e
integra o nipe de bombardinos na Banda Sinfónica da GNR ao lado do amigo António
Labreca. Nuno Carvalho confessa o entusiasmo neste projecto. "Todos nós temos
consideração pelo homenageado. Foi fácil motivar os músicos e esperamos que saia
muito bem", revela o maestro que promete integrar o pasodoble no repertório de
Verão da banda. Sérgio Perilhão faleceu a 12 de janeiro de 2015
e desde logo surgiu a ideia de homenagear o gestor que conhecia a maioria dos
campinos, ganaderos, cavaleiros, bandarilheiros, toureiros e forcados pelo nome.
O malogrado, era filho de campino e viveu intensamente a cultura tauromáquica
popular. Era presença regular nas festas tradicionais do Ribatejo e nas corridas
de touros. António Relvado, investigador das tradições
ribatejanas ligadas à festa brava e amigo pessoal de Sérgio Perilhão foi um dos
mentores do projeto. “É uma justa homenagem a um homem que tanto fez por Samora
Correia, pelo Ribatejo e pelas mais genuínas tradições desta região. Sérgio
Perilhão foi um verdadeiro embaixador e promotor do Ribatejo e da Festa Brava”,
adianta António Relvado. Sérgio Perilhão foi crítico taurino em
vários jornais e na Revista Novo Burladero e fica para a história como um dos
mais dedicados associativistas de Samora Correia, tendo liderado várias
colectividades e comissões de festas. Esteve na origem da
Rádio Iris onde realizou um dos programas de maior audiência - “Ribatejo” -
dedicado à Festa Brava, uma das paixões de Sérgio Perilhão. A
sua última obra foi a recuperação da fachada da Igreja Matriz de Samora Correia
onde comandou a equipa de voluntários com um projeto de mais de 1,5 milhões de
euros. Depois da apresentação pública, a peça será confiada à
banda da SFUS fica disponível para mediante autorização do autor poder ser
interpretada pelas bandas taurinas e divulgada nas festas
ribatejanas. As imagens e grafismo do CD foram oferecidas pelos
aficionados Manuel Pereira e Joaquim Júlio Correia.