"A temporada tauromáquica de 2016 foi marcada, nos seus primeiros meses, por uma climatologia adversa que levou ao cancelamento anormal de 22 espectáculos até Junho, um número muito elevado que teve um impacto inevitável nos números gerais da temporada. Quanto ao número de espectadores nas praças de touros do nosso país, assinalou-se uma ligeira redução (430.150) em relação ao ano de 2015 (462.000) algo já esperado devido aos cancelamentos referidos. Caso os mesmos não tivessem sucedido teríamos tido um ano de 2016 com números semelhantes aos do ano de 2015. O número médio de espectadores nas corridas de toiros tem vindo a subir continuamente desde 2013. Em 2016 (2375), ficou ligeiramente abaixo de 2015 (2415). Realizaram-se 218 espectáculos, menos 15 que em 2015 (233). As corridas de toiros continuam a dominar representando 68% dos espectáculos tauromáquicos. As exportações de touros (669) obtiveram em 2016 um crescimento extraordinário, com um aumento de100% face a 2015 (335), contribuindo muito positivamente para o saldo da balança comercial portuguesa. Foram importados somente 7 toiros. As transmissões televisivas na RTP1 (4) continuaram a revelar um excelente desempenho de audiências com um acumulado médio de cerca de 1,5 milhões de telespectadores e picos de 700 mil espectadores por transmissão, num exemplo cabal de serviço público, liderando as audiências nacionais em vários segmentos horários. Realizaram-se espectáculos em todo o país, com excepção do distrito de Braga e região autónoma da Madeira. O distrito de Lisboa liderou em número de espectáculos (34), sendo Albufeira novamente a cidade com mais espectáculos (22). A região do Norte (71%) e Centro/Norte (70%) lideram a média de ocupação das praças em corridas de toiros. A tauromaquia popular não está incluída neste relatório mas importa referir que se realizaram em Portugal mais de 1000 espectáculos de tauromaquia popular, onde se incluem por exemplo as largadas, esperas e capeias. Na elaboração deste resumo estatístico foram usados como fontes os dados da Associação Nacional de Toureiros (ANDT) e da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (APCTL), sendo cruzados entre si. Obtemos assim resultados rigorosos e que espelham a totalidade da actividade do sector cultural taurino português, pois os dados compilados pela Inspeção Geral das Actividades Cultural (IGAC) não retratam toda a realidade taurina portuguesa, sendo somente um relatório administrativo da actividade deste organismo público. Outras fontes: Pordata e GFK/CAEM (Audiências). Foram contabilizados todos os espectáculos públicos em que foi lidada pelo menos uma rês brava de lide. Análise Detalhada A Temporada de 2016 foi marcada por um início anormal. O mau tempo que marcou presença até Junho levou ao cancelamento de 22 espectáculos, o que se reflectiu nos números globais. Analisando a assistência de público às praças, no ano de 2016, registou-se uma ligeira redução de espectadores para os 430.150 em relação aos 462.000 de 2015. O nº médio de espectadores por espectáculo nas corridas de touros, ficou praticamente em linha com 2015, registando-se 2375 espectadores por espectáculo em 2016. Em Portugal continental e ilhas realizaram-se 218 espectáculos, menos 15 do que em 2015. Destes, e analisando por tipologia de espectáculo, destacam-se as Corridas de Touros, com 68% do total dos espectáculos realizados. Comparando o número médio de espectadores por espectáculo noutro sectores culturais, como o teatro, cinema ou ópera, comprova-se que aqueles ficam a uma grande distância dos números das corridas de toiros, com uma média de 2375 espectadores por corrida. O teatro tem um número médio de 160 espectadores por sessão (dados Pordata 2016), enquanto o cinema tem um número médio de 23 espectadores por sessão (dados Pordata 2016) e a Ópera tem um número médio de 381 espectadores por sessão (dados Pordata 2016). Em 2015 foram transmitidas 4 corridas de toiros pela RTP1, tendo estas transmissões registado um acumulado médio de cerca de 1.5 milhões de telespectadores, com picos de 700 mil espectadores por transmissão, mostrando a grande adesão dos portugueses. Estas transmissões de serviço público levam a cultura portuguesa à casa de todos os portugueses e lideraram audiências em vários segmentos horários. A tauromaquia tem uma expressão nacional com espectáculos de norte a sul do país, passando pelos Açores. Realizaram-se espectáculos taurinos em todos os distritos com excepção de Braga e a Região Autónoma da Madeira. O distrito com mais espectáculos em 2015 foi, mas uma vez, o de Lisboa com 34 espectáculos. A cidade com mais espectáculos realizados em 2015 foi Albufeira, com 22 espectáculos seguida de Lisboa com 14 espectáculos e Angra do Heroísmo, Moita e Vila Franca com 7 espectáculos. Em relação à percentagem média de ocupação das praças em Corridas de Toiros, a região do Norte (71%) e Centro-Norte (70%) lideram o ranking nacional. Por distrito, Viana do Castelo e Viseu lideraram com uma taxa de 100% de ocupação em corridas de toiros. Estes resultados regionais e distritais comprovam a enorme adesão à tauromaquia nestas regiões. A tauromaquia contribui de forma muito positiva para o saldo da balança comercial (exportações – importações), já que em 2016 as exportações de touros de lide (669) superaram significativamente as importações (7). Em 2015 o total das exportações foi de 335 touros. Esta variação anual das exportações representa um aumento de 100%, pelo que este valor compara com os melhores resultados de outros sectores de actividade em Portugal no ano de 2015. Em relação a 2013 as exportações de toiros aumentaram 381%. O escalafón (ranking) de actuações de Cavaleiros Tauromáquicos foi liderado por Luís Rouxinol e Marcos Bastinhas, com 42 e 35 actuações respectivamente, seguidos de Sónia Matias com 30 actuações. Manuel Dias Gomes liderou o escalafón dos Matadores de Toiros com 8 actuações seguido por Paco Velasques com 5 actuações e Nuno Casquinha com 3 actuações. Os Forcados Amadores de Montemor-o-Novo lideraram a sua categoria com 22 actuações, seguidos pelos Amadores do Ribatejo, com 19 actuações, e os Amadores de Cascais com 18. Joaquim Oliveira, com 64 actuações, David Antunes, com 49, Manuel dos Santos e Ricardo Pedro, com 44, ocuparam os primeiros postos do escalafón dos Bandarilheiros. Quanto aos Novilheiros, Diogo Peseiro, João Augusto Moura e Joaquim Ribeiro “Cuqui” realizaram uma actuação. Paula Santos liderou o top dos Novilheiros Praticantes com 7 actuações e Luís Rouxinol Jr., o top de Cavaleiros Praticantes, com 27 actuações. João Oliveira liderou na categoria de Bandarilheiros Praticantes com 38 actuações. Quanto às Empresas, o ranking foi liderado pela Touros das Sesmarias com 24 espectáculos organizados, seguida da Aplaudir com 21 e a S.R.U. do Campo Pequeno com 14. As Ganadarias que mais lidaram em Portugal foram a ganadaria Passanha, que lidou 52 toiros, seguida da ganadaria Falé Filipe, com 46 e Murteira Grave com 44. Contabilizando também as corridas lidadas fora de Portugal, o ranking ganadeiro continua liderado pela ganadaria Passanha, com 100 toiros lidados, seguida da Nuñez de Tarifa com 67 toiros lidados e da ganadaria Murteira Grave com 59 reses lidadas. Os Directores de Corrida com mais corridas dirigidas foram Agostinho Borges, com 49 espectáculos dirigidos, Rogério Jóia com 27 espectáculos e Marco Gomes, com 22 espectáculos. Em 2016 ocorreram 13 mudanças de categoria profissional, destacando-se o novo cavaleiro profissional João Salgueiro da Costa (Almeirim) e o bandarilheiro profissional Gonçalo Toste (Angra do Heroísmo). Acederam à categoria de Cavaleiro Praticante Francisco Núncio (Arronches), Francisco Correia Lopes (Albufeira), António Núncio (Évora), António Prates (Évora), Ricardo Cravidão (Alcochete) e Soraia Costa (Figueira da Foz). Acederam à categoria de Novilheiro Praticante Paula Santos (Caldas da Rainha) e à categoria de Bandarilheiro Praticante Luís Silva (Albufeira), Pedro Pereira (Albufeira), Miguel Batista (Albufeira) e Rui Regateiro (Albufeira)."