terça-feira, 4 de outubro de 2016

Em Évora Marcos Bastinhas foi o senhor da noite.


Fomos a Évora na passada sexta-feira. Corrida pautada por um cartel diferente, fugindo á rotina "do toma lá do mesmo". Esperando ver um bonm espectáculo, lá fomos até á arena D`Évora e desta vez acertámos. O cartel composto por Marcos Bastinhas, Francisco Palha e Miguel Moura não defraudou e a juntar-se-lhe um bom curro de toiros da ganadaria S. Torcato, com destaques para os quarto e quinto da noite, sendo que o pior foi o lidado em ultimo lugar e que coube a Miguel Moura. Em bom plano estiveram também os Grupos de Forcados Amadores de Évora e Vila Franca já que os "S. Torcato" arrancaram-se com pata e bateram nas pegas. Marcos Bastinhas foi "o senhor da noite" em Évora praticando uma vez mais um toureio de muito valor, a dar vantagens aos toiros, indo no seu primeiro da noite a terrenos de muito compromisso, tendo posto o alvoroço qb no publico. O seu segundo e quarto da noite, bravo, foi recebido á porta gaiola com segurança dobrando-se depois vistosamente com o hastado, sendo todos os ferros compridos citados de praça a praça e a esperar pelo toiro. Seguiu a mesma receita nos curtos e fechou a actuação,desta vez não com um par de bandarilhas, mas sim com dois, que foram do agrado total do publico tendo-lhe valido a volta com o ganadero e forcado assim como chamada ao centro da arena a sós por insistência do publico.   Francisco Palha lidou os segundo e quinto da noite e notou-se logo na lide do seu primeiro que não estava ali apenas para cumprir contracto. Sobressaiu a lide ao segundo da noite, um toiro menos voluntarioso que o segundo do seu lote o penúltimo do festejo. No seu primeiro o cavaleiro apurou as sortes, reunindo com acerto para então só depois cravar o ferro, apesar de em alguns momentos ter consentido um ou outro toque, quando os terrenos foram de maior compromisso. No seu segundo deixou andar o toiro "um pouco a seu ar", traduzindo um dito dos nossos vizinhos espanhóis. Foi uma lide incerta, com momentos bons e outros nem tanto, tendo o balanço pendido mais para a qualidade do toiro. No final deu também volta á arena acompanhado do ganadero e forcado. Miguel Moura teve o lote menos favorável. Dois toiros a obrigarem o cavaleiro a empregar-se e a sacar todo o toureio que leva dentro. Miguel Moura superou  o desafio no seu primeiro, com um toureio muito ao "estilo mourista" e que resultou, tendo a assistência apreciado. Bonitos recortes, brega acertada, tendo estado bem e certeiro nos momentos de cravar os ferros. No ultimo da noite já não conseguiu o brilho que desejaria. Frente a um toiro que se foi parando e descaindo para tábuas, Miguel Moura esteve com pouco discernimento na lide,  tendo os terrenos escolhidos para cravar a ferragem a não serem os mais indicados, vindo a sua actuação a perder brilho. Tal como dissemos no inicio assistiu-se a boas pegas tanto pelas jaquetas de ramagens de Évora e Vila Franca, tendo sobressaído acima de tudo, a experiência e as soluções levadas a efeito por cada Grupo para a concretização das pegas. Quanto a publico presente na praça, cerca de meia casa.
                                                                   
                                                                                              Luís Silva