segunda-feira, 4 de julho de 2016

Monforte: em noite de competição destaque para Moura versus Bastinhas.


Bonita e justa homenagem a um forcado que marcou a sua época e no passado sábado o publico e colegas reconheceram todos os atributos de António José Zuzarte "monfortense de adopção". Mas este espectáculo tinha outro pólo carregado de interesse: a competição entre dinastias toureiras: Caetano, Moura e Bastinhas como que revivendo três décadas já passadas, em que os pais se batiam pelo destaque no toureio a cavalo. E estes novos Caetano, Moura e Bastinhas, demonstraram uma vez mais quererem pelear, tendo já os seus próprios partidários, mas acima de tudo querem tourear: enfrentar-se, e enfrentarem as figuras. Para isso é necessário a aposta das empresas, porque toureiros há! Quanto ao espectáculo: os touros da ganadaria "Qtª Mata-o-Demo" não foram fáceis. O primeiro foi o mais terciado e os restantes foram de regular apresentação. No capitulo  da bravura não deslumbraram. O primeiro cumpriu, o segundo, terceiro quarto e quinto reservados a raiar mesmo o manso e o que fechou praça destapou alguma bravura. João Moura Caetano teve dois toiros distintos. Aproveitou o seu primeiro rubricando uma actuação aplaudida dentro do seu toureio de "quiebros".  No quarto da noite não houve história. Toiro sem investida, manso, tendo o cavaleiro "desinteressado-se da lide". João Moura Jr. também "a jogar em casa", rubricou no seu primeiro uma lide em crescendo, com os habituais recortes e galope a duas pistas, para depois cravar, nem sempre certeiro, mas o falhar um ferro não apaga o que fez bem, tendo o publico consigo. No segundo do seu lote e quinto da noite, a lide foi "dentro do estilo da casa", mas teve outro impacto, porque o cavaleiro deu a lide correcta a um manso, conseguindo sacar-lhe algumas investidas, que lhe permitaram cravar bons ferros bem rematados.  Marcos Bastinhas não teve uma noite fácil perante o lote que lhe coube em sorte. Porém a entrega habitual deste toureiro, aliado ao facto de ter entendido perfeitamente o que tinha por diante, permitiu-lhe no primeiro tirar todo o partido possivel, nunca deixando ficar o toiro em terrenos de tábuas. Empolgou na ferragem sempre pelas distançias que dá e depois os terrenos que pisa. No ultimo da noite, pareceu quer dar respostaá boa actuação de Moura jr o que logrou. Com muita raça arriscou até aos limites, levando de vencida um toiro que destapou "braveza", o que não é o mesmo que bravura. Fechou a sua actuação com um bom par de bandarilhas, daqueles como só os Bastinhas sabem. Complicados para os forcados os toiros dos irmãos Carreira, com o grupo de Montemor a ter por diante "muitas complicações", pegando ao primeiro intento Bruno Palmeiro, à segunda António Pina e à terceira Manuel Ramalho. Melhor sorte teve o grupo de Monforte com três pegas à primeira tentativa, a primeira por Ricardo Gonçalves, a segunda por Dinis Pacheco e  por fim João Maria Falcão, a quem coube o troféu  “António José Zuzarte” para a melhor pega. Dirigiu com acerto Agostinho Borges. Quanto a publico registou-se uma boa entrada, apesar de não ter lotado a praça.

                                                                                 José Luís Mourato