domingo, 31 de julho de 2016

Luís Miguel da Veiga homenageado com boa corrida de toiros em Lisboa.


Cumpriam-se 50 anos sobre a data em que Mestre David Ribeiro Telles (qepd) concedia a alternativa de cavaleiro a um dos mais promissores cavaleiros amadores da época e que se tornaria um verdadeiro ídolo de multidões: Luís Miguel da Veiga. A emotiva ovação com que o público o recebeu 50 anos depois mostra o quanto importante foi e é para a nossa tauromaquia equestre e o quanto a marcou na sua evolução e aprimoramento artístico. Parabéns Mestre Luís Miguel da Veiga. A corrida começou com a confirmação de alternativa de João Salgueiro da Costa, frente a um toiro que teve qualidade e com o qual se foi centrando nas sortes e subindo de tom quer na brega quer na cravagem da ferragem. Uma actuação de boa nota com três bons ferros curtos em lide brindada a Luís Miguel da Veiga que foi o seu padrinho nesta confirmação. João Moura teve por diante o melhor toiro da corrida, com imensa presença e trapio, um toiro bravo e com codícia, bem recebido em duas voltas á arena e depois, com os compridos e com os curtos foi uma lide «à Moura», a lembrar tempos antigos. Entrar nos terrenos do toiro com batidas ao piton contrário ou cambiando, mostrando-se de largo e rematando com classe as sortes, com destaque para os terceiro e quarto curtos. Infelizmente e por prolongar demasiado a lide houve dois ferros de inferior valia, terminando com um bom palmito. Rui Salvador teve de enfrentar-se com um toiro algo incómodo de início por não se fixar, distraído mas com sentido e houve-se a contento na brega e nuns quantos ferros, nomeadamente a partir do segundo e até final da lide. Os curtos deixados em segundo e quarto lugares foram de boa nota. António Mª Brito Paes esteve francamente bem frente ao terceiro da ordem, um toiro que serviu e onde mostrou a qualidade das suas montadas. A cravagem da ferragem, em sortes frontais bem marcadas, foi de muito boa nota na generalidade. Uma actuação que pode marcar, pela positiva, a sua temporada de 2016. Manuel Telles Bastos não teve problemas para se impor ao quinto da noite, um toiro com classe. Bregou bem e dentro do seu estilo mais clássico cravou bons ferros, com destaque para quarto curto em que provocou bem a investida do toiro e cravou como mandam as regras. Duarte Pinto é outro clássico. Bons compridos, boa brega, a mexer bem no toiro, a deixá-lo de largo para as sortes. Nos curtos esteve em toureiro nos cites, avançando para o toiro, que por sinal foi o manso da corrida, e cravar como mandam os cânones. Uma actuação de muito bom tom do ginete de Paço de Arcos. Para encerrar praça apresentou-se o praticante António Núncio. A evoluir na ainda curta carreira, esteve em plano bastante aceitável, correcto na brega e na colocação do toiro que era escasso de forças. Deixou ferros desenhando bem as sortes e deixou vontade para o rever. No capítulo das pegas, partilhavam cartel dois Grupos alentejanos: Montemor e Évora. Abriu praça o cabo de Montemor, António Vacas de Carvalho que não esteve bem a encontrar o momento da reunião em três tentativas e apenas consumou à quarta. Seguiu-se-lhe João Romão Tavares com um pegão enorme à 1ª tentativa com fortes derrotes pelo meio; Francisco Borges efectuou uma pega tecnicamente perfeita à primeira e Manuel Dentinho encerrou praça com uma pega de caras à segunda tentativa. Pelos Amadores de Évora, João Oliveira pegou com enorme raça e à segunda tentativa o segundo da noite, seguindo-se o cabo António Alfacinha que saíu lesionado na única tentativa que efectuou sendo emendado à primeira por Gonçalo Pires e no sexto da ordem João Madeira foi por cinco vezes à cara do toiro (nas duas últimas visivelmente combalido) sem conseguir concretizar, emendado por Manuel Rovisco numa pega ao sopé e sem brilho, muito protestada pelo público. Os toiros de David Ribeiro, com comportamentos já descritos, estavam muito pesados na generalidade (três com mais de 600 kilos) e o segundo permitiu a volta à arena dos representantes da ganadaria João e Manuel Ribeiro Telles. A corrida foi dirigida pela dupla Agostinho Borges e Carlos Santos.

                                                                                                  António Lúcio